DISCIPLINAS DA FILOSOFIA

1. ÉTICA

A palavra ética tem duas visões do seu significado etimológico: a grega, cuja origem remota a ethos, que significa costumes, hábitos, comportamentos aceites. E a romana, moris, significando apenas costumes.

A diferença entre as duas definições etimológicas é que os gregos viam a ética sobe o ponto de vista da problematização enquanto os romanos viam sobe o ponto de vista moral, da vida social e jurídico.

A ética é a reflexão sobre a convivência, os costumes. É a fundamentação da moral, enquanto a moral corresponde aos valores aceites por uma comunidade ou sociedade que está inserida sobre estes valores, os quais posteriormente constituem objecto de problematização da ética.

A ética é uma disciplina teorética preocupada com a natureza da vida virtuosa, dos valores morais, da validade de determinadas acções e estilos de vida. É uma actividade em busca de significados para os termos que aparecem em declarações éticas, do tipo: “bom”, “errado”, certo”, “responsável”, “deve”, “deveria”, “quem mandou fazer assim”, etc.

2. A FILOSOFIA POLÍTICA

A filosofia política analisa os conceitos como a autoridade, o poder, a justiça e os direitos individuais. Está preocupada com perguntas do tipo: Quem deve governar a sociedade? A origem do estado, do governo? Qual o significado da democracia? Qual deve ser o papel do governo numa comunidade organizada? etc.

A filosofia política estuda os valores sociais da política numa perspectiva histórica e ideal

3. A ESTÉTICA

A estética é o estudo sistemático do belo. Da paixão estética em geral e das diferentes formas de arte.

A estética faz parte da teoria de valores e em alguns pontos aborda as questões éticas, sociais ou políticas. É interessante para este campo da filosofia a análise de ideias como beleza, gosto, arte etc. Seus questionamentos vão além de mera análise de conceitos estéticos. Analisa-se as questões de estilo, intenção do criador, natureza da criatividade na arte etc.

4. A LÓGICA

A lógica ocupa-se com a arte de bem pensar. Estuda as leis do pensamento e do argumento válido.

A lógica é a parte mais fundamental da filosofia, porque a filosofia é uma pesquisa lógica em que sistematicamente se aplica as leis do pensamento e do argumento.

A lógica se baseia nos argumentos formalizados, que são os tipos dedutivo e indutivo. O dedutivo consiste na aplicação de uma premissa maior, uma premissa menor, e uma conclusão.

Existem pelo menos três tipos de lógicas relacionadas com os argumentos dedutivo e indutivo:

lógica modal que trata das três modalidades filosóficas principais: a impossibilidade, a contingência e a necessidade. “Impossibilidade”, significa que uma declaração é falsa em todos os mundos possíveis. “Necessidade” significa que uma declaração é verdadeira em todos os mundos possíveis. “Contigência”, significa que uma proposição é verdadeira pelo menos em um mundo possível.

A lógica deôntica se relaciona com a ética. É uma tentativa de estruturar formalmente a aplicação da palavra “deve” em contextos morais e em mandamentos morais, logo as declarações do tipo: “eu penso”, “eu creio”, “ele pensa” ou “ele crê”, afectam o valor verídico das declarações.

A lógica doxástica se interessa nas diferenças e nas consequências que estas diferenças têm nas derivações lógicas.

5. A FILOSOFIA DA RELIGIÃO

A filósofo da religião está interessado em analisar e avaliar as informações acerca das religiões, com vistas a descobrir o que significam e se são verdadeiras.

Os principais assuntos que interessam ao filósofo da religião, são as perguntas acerca da natureza da religião; as características definidoras das crenças que se acham em todas as religiões; os argumentos em prol da existência de Deus; os atributos de Deus; a linguagem religiosa; e o problema do mal.

No século XVIII Kant argumentou a existência de três argumentos racionais em prol da existência de Deus. São os argumentos ontológico, cosmolológico, e teleológico.

Mais tarde os filósofos da religião acrescentaram o argumento “moral”. Dentro dos filósofos da religião existe um grupo conhecido como “ateólogos”, que desenvolveram várias provas e argumentos que procuram comprovar a inexistência de Deus.

6. A HISTÓRIA DA FILOSOFIA

A história da filosofia é uma tentativa no sentido de demonstrar como as influências ideológicas levaram a certas filosofias e a forma pela qual estas filosofias influenciaram sociedades e instituições; e de aprender acerca dos homens que fizeram a história da filosofia. O historiador da filosofia procura demonstrar a formulação e o desenvolvimento de escolas do pensamento, como o racionalismo e o empirismo.

7. A FILOSOFIA DA HISTÓRIA

A filosofia da história é a reflexão crítica da ciência histórica. O filósofo da história deve em distinguir o emprego de palavras como história e crônica, e em seguida deve voltar-se para os problemas do método histórico, que são uma parte central e importante na filosofia da história.

8. A FILOSOFIA DA CIÊNCIA

O filósofo da ciência está interessado no exame e avaliação crítica de conceitos-chaves científicos e na metodologia científica. As maiores perguntas dentro da filosofia da ciência são: Como as teorias científicas devem ser construídas e avaliadas? Quais as justificativas e quais os critérios necessários para as teorias científicas?

9. A EPISTEMOLOGIA

A epistemologia é a teoria das ciências e a reflexão crítica sobre as ciências.

Fukuyama começou a epistemologia ou a crítica reflexiva das ciências no século XVI, quando acreditava-se que a ciência é o progresso.

10. METAFÍSICA

A Metafísica pretende perceber a essência do ser. Meta significa além e metafísica significa o que está além do físico, ou da matéria e isso pode ser ideia ou o ser.

Metafísica pode ser definida sobre dois aspectos:

a)Ontológico: é a parte da Metafísica que procura investigar os factos que dizem respeito ao conhecimento da causa última do ser.

b)Teodecia: sua abordagem é direccionada a Deus, a substância separada e imóvel.

11. GNOSIOLOGIA OU TEORIA DO CONHECIMENTO

É o estudo do conhecimento. Preocupa-se com o processo de aquisição do conhecimento, isto é, a possibilidade, a origem, a natureza, e o valor e limite do conhecimento.

Possibilidade do conhecimento

a)Dogmatismo: o conhecimento é inquestionável.

b)Cepticismo: tudo que é conhecimento pode ser duvidado e problematizado.

Origem do conhecimento

a)Empirismo: a origem do conhecimento é no órgão dos sentidos, fora deles não existe uma forma de conhecer, no entanto conhecemos pela experiencia.

b)Racionalismo: o homem nasce com um conhecimento inato, baseado na razão. Por isso o conhecimento surge da razão.

c)Síntese: Immanuel Kant supera o problema entre o Empirismo e o Racionalismo e faz a síntese entre elas, sustentando que o conhecimento surge da empirismo-racionalista

Natureza do conhecimento

a)Realismo: a natureza do conhecimento é real.

b)Idealismo: o conhecimento é construído a partir da ideia

Valor e limite do conhecimento

a)Dogmatismo realista e Relativismo.

Fonte:
Geisler, N. L., & Feinberg, P. D. (s.d.).Introdução à filosofia.

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